domingo, 9 de setembro de 2007

Fecundação

FECUNDAÇÃO
Tudo começa a partir de um óvulo que, após ser expelido por um dos ovários (ovulação), é carregado pelos cílios da trompa e levado até o local de encontro com seu par. O local de encontro é na própria trompa. Ele permanecerá por lá durante suas poucas horas de vida e caso não seja fecundado, será eliminado pela menstruação. Não muito distante, estão a caminho cerca de 400 milhões de espermatozóides liberados pelo orgasmo masculino, que têm a difícil tarefa de atravessar os 18 centímetros entre a vagina e a trompa. Esta viagem dura algumas horas e, finalmente, atraídos por uma substância química que o óvulo libera, poucos destes espermatozóides chegam até ele, pois durante o trajeto, alguns morrem por serem mais fracos, outros perdem-se e muitos outros são mortos pelas células assassinas do sistemas imunológico da mãe, cuja função é destruir qualquer corpo estranho existente em seu organismo.
Trabalhando em conjunto, os espermatozóides começam a secretar uma enzima, cujo efeito é romper a membrana protetora do óvulo, que se configura imenso: 85 mil vezes maior que eles. Finalmente, após um árduo trabalho, apenas um espermatozóide penetra o óvulo e neste exato momento, uma contra-ordem elétrica se produz na membrana, que se fecha, impedindo a entrada de qualquer outro. No momento da penetração, a cabeça do espermatozóide mergulha no óvulo. Mas a calda, aquele precioso instrumento de locomoção, fica de fora. Já dentro do óvulo, a cabeça aumenta em quatro vezes seu tamanho original, abre-se e libera o núcleo que traz toda a bagagem genética do pai. Uma vez liberado, ele vai de encontro ao núcleo do óvulo, que possui a bagagem genética da mãe. No momento do encontro, os dois núcleos fundem-se e é produzido o amálgama cromossômico. O óvulo deixa de ser o que era e o núcleo do espermatozóide deixa de existir. Podemos dizer que neste instante, nasce um novo ser.
Uma das coisas mais importantes que acontece durante a fusão dos núcleos é a definição do sexo deste novo ser. Tanto o núcleo do óvulo como o núcleo do espermatozóide carregam no seu interior 23 cromossomos, bastões microscópicos com todas as características biológicas. Da fusão dos dois núcleos resultam 46 cromossomos, dispostos em pares. Mas o último par é que irá definir o sexo do embrião: se for XX será uma menina; se for XY, um menino. O núcleo do óvulo é sempre portador de cromossomos X. Portanto, quem determina o sexo é o núcleo do espermatozóide: 50% dos espermatozóides carrega, em seu núcleo, um cromossomo X, os outros 50%, um Y. Assim, as chances de conceber uma menina ou um menino, são absolutamente iguais. (clique aqui para ver uma ilustração)
Aproximadamente vinte horas depois da fusão, ocorre a primeira divisão celular e a partir daí, a cada doze ou quinze horas, ocorre uma nova divisão. As células vão se dividindo exponencialmente: serão quatro, depois oito, dezesseis, trinta e duas e assim por diante. Este estágio é conhecido pelo nome de mórula. Enquanto ocorre essa divisão, o ovo caminha em direção ao útero guiado pelos cílios da trompa. Este tempo de percurso dentro da trompa é muito crítico, pois o novo ser, também está exposto aos ataques do sistema imunológico da mãe. Pesquisas revelam que um em cada três óvulos fecundados não evoluem para uma gravidez, isto é, ela não pega e o ovo é espontaneamente expulso durante as duas primeiras semanas, antes mesmo do atraso das regras. Inúmeras vezes isso passa desapercebido para a mulher. A menstruação ocorre, podendo atrasar alguns dias e costuma ser mais abundante que o normal. Este abortamento natural poderia ser um mecanismo natural de defesa da nossa espécie, para impedir nascimentos de crianças prejudicadas por irregularidades na divisão celular, como por outros problemas com o ovo.
Dias após a fusão, o ovo, com as células ainda em multiplicação, faz sua descida ao útero e começa a procurar um lugar para se fixar. Enquanto isso o útero já foi preparado para recebê-lo, pois durante a ovulação, o mesmo ficou com suas paredes mais espessas e se tornou um lugar ideal para acolher o futuro ser.
Em torno do décimo-quarto dia após a fusão e, depois de liberar a membrana que o envolvia, o ovo fixa-se à parede uterina (nidação) e, finalmente, entra em contato com a mãe. Algumas células darão origem ao cordão umbilical e o restante, ao embrião e à placenta

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